A colostomia é um procedimento cirúrgico que envolve a criação de uma abertura no abdômen, chamada estoma, para a passagem das fezes do cólon.
O objetivo, com isso, é desviar temporária ou permanentemente o trânsito intestinal, proporcionando a eliminação das fezes e aliviando sintomas decorrentes de doenças intestinais ou lesões.
Quando é indicado o uso de colostomia?
Existem vários motivos pelos quais essa intervenção pode ser necessária.
Por exemplo, em casos de doença inflamatória intestinal, como a doença de Crohn ou retocolite ulcerativa, a colostomia pode ser realizada para aliviar os sintomas e permitir a cicatrização do intestino.
Outra situação em que a colostomia pode ser indicada é o câncer colorretal. Em estágios avançados da doença, é comum a remoção de parte do intestino afetado.
Nesses casos, a colostomia é usada para desviar o trânsito intestinal e permitir que a área operada se recupere adequadamente.
Dependendo da situação do paciente, a colostomia é temporária e tem a possibilidade de ser revertida após o tratamento do câncer.
Além disso, em casos de lesões traumáticas graves no abdômen, como ferimentos por arma de fogo ou acidentes automobilísticos, podem resultar em danos ao intestino.
Quando ocorre comprometimento do intestino ou é necessária sua remoção, a colostomia é realizada como medida para manter a função intestinal e permitir a cicatrização adequada.
Nos casos de doenças obstrutivas do intestino, como estenose intestinal ou obstrução intestinal, também há a possibilidade de ser necessária a colostomia, quando há a dificuldade ou impedimento do trânsito adequado das fezes
Outro exemplo é a incontinência fecal grave, em que o paciente não consegue controlar a eliminação das fezes. Nessa situação, a colostomia é uma opção para melhorar a qualidade de vida e evitar constrangimentos sociais.
Cabe ressaltar que a decisão de realizar uma colostomia é tomada em conjunto com o médico responsável, levando em consideração o diagnóstico específico e a avaliação do estado de saúde do paciente.
É importante que haja uma discussão detalhada entre o paciente, seus familiares e a equipe de saúde, considerando os benefícios e os possíveis impactos físicos e emocionais dessa intervenção.
Como a colostomia é feita
A colostomia é realizada por meio de uma cirurgia, geralmente sob anestesia geral.
O procedimento cirúrgico envolve a criação do estoma e a fixação do cólon à parede abdominal.
A técnica utilizada depende do tipo de colostomia e das características individuais do paciente.
Após a cirurgia, é necessário um período de adaptação e aprendizado para o paciente, bem como orientações sobre o manejo adequado da colostomia e cuidados com a pele ao redor do estoma.
Como funciona a colostomia
Após a realização da cirurgia de colostomia, o cólon é exteriorizado através do estoma e fixado à pele abdominal.
O estoma é um orifício rosado que se projeta para fora da parede abdominal, e é por onde as fezes são eliminadas.
Uma bolsa coletora é fixada ao redor do estoma para coletar as fezes, evitando o contato direto com a pele e mantendo a higiene adequada.
Quais são os tipos de colostomia?
Existem diferentes tipos de colostomia, dependendo da porção do cólon que é desviada.
A colostomia pode ser classificada em temporária ou permanente, conforme a necessidade do paciente.
E a escolha do tipo de colostomia depende das características individuais do paciente, da condição médica subjacente e da avaliação do cirurgião.
Conheça a seguir os tipos de colostomia:
Colostomia Sigmoide
Esse é o tipo mais comum de colostomia.
Nesse procedimento, o cólon sigmoide, que é a parte final do intestino grosso, é exteriorizado através do estoma.
Essa forma de colostomia é frequentemente realizada em pacientes com câncer de cólon no reto ou doença inflamatória intestinal grave.
A bolsa coletora é colocada ao redor do estoma para coletar as fezes.
Colostomia Descendente
Na colostomia descendente, o segmento do cólon descendente é trazido para a superfície abdominal.
Esse tipo de colostomia é menos comum e pode ser indicado em casos de obstrução intestinal ou perfuração no cólon descendente.
A bolsa coletora é fixada ao redor do estoma para coletar as fezes.
Colostomia Transversa
A colostomia transversa é realizada quando o cólon transverso é exteriorizado através do estoma.
Esse tipo de colostomia é raramente permanente, sendo mais comumente temporária.
É realizada em situações em que é necessário desviar o trânsito fecal e permitir a cicatrização de áreas inflamadas ou lesadas no cólon.
A bolsa coletora é conectada ao estoma para coletar as fezes.
Colostomia Ascendente
A colostomia ascendente envolve a exteriorização do cólon ascendente através do estoma. Esse tipo de colostomia é raro e geralmente é indicado em situações de obstrução grave do cólon ascendente ou lesões extensas nessa região.
A bolsa coletora é fixada ao redor do estoma para coletar as fezes.
Colostomia Ascendente Terminal
Na colostomia ascendente terminal, o segmento do cólon ascendente é exteriorizado através do estoma.
Esse tipo de colostomia é indicado em situações em que é necessário desviar o trânsito fecal e permitir a cicatrização ou repouso de uma porção específica do cólon descendente ou sigmoide.
A bolsa coletora é colocada ao redor do estoma para coletar as fezes.
Colostomia Transversa Terminal
A colostomia transversa terminal envolve a exteriorização do segmento do cólon transverso através do estoma.
Esse tipo de colostomia pode ser realizado em casos de obstrução intestinal ou doenças inflamatórias graves que afetam o cólon transverso.
A bolsa coletora é conectada ao estoma para coletar as fezes.
Colostomia em Alça
A colostomia em alça é um procedimento em que uma alça do cólon é trazida para a superfície abdominal, formando dois estomas adjacentes.
Esse tipo de colostomia é realizado em situações em que é necessário desviar temporariamente o trânsito fecal, permitindo a cicatrização de uma área específica do cólon.
As fezes são coletadas em uma bolsa coletora conectada ao estoma ativo, enquanto o estoma inativo é fechado temporariamente.
Como limpar a colostomia
A limpeza adequada da colostomia é fundamental para prevenir infecções, irritações e outros problemas relacionados.
A seguir, veja um passo a passo de como limpar a colostomia:
- Lave bem as mãos com água e sabão antes de iniciar o procedimento. Use luvas descartáveis, se necessário.
- Reúna todos os materiais necessários, como água morna, sabão neutro, gaze estéril ou compressas, uma bolsa coletora nova, se necessário, e uma toalha limpa.
- Posicione o paciente em uma posição confortável, como deitado de costas ou sentado em uma cadeira, de acordo com sua preferência.
- Remova a bolsa coletora usada com cuidado, desprendendo-a do adesivo. Descarte-a adequadamente.
- Use água morna e sabão neutro para limpar delicadamente a pele ao redor do estoma. Evite esfregar vigorosamente para não causar irritação ou lesões na pele.
- Se houver resíduos de fezes aderidos ao estoma, você pode usar uma gaze estéril ou compressa umedecida com água morna para removê-los suavemente. Evite o uso de produtos irritantes ou abrasivos.
- Após a limpeza, seque cuidadosamente a área ao redor do estoma com uma toalha limpa e macia. Certifique-se de que a pele esteja completamente seca antes de aplicar uma nova bolsa coletora.
- Verifique se há sinais de irritação, vermelhidão, inchaço ou outros sinais de infecção na pele ao redor do estoma. Caso observe qualquer anormalidade, notifique o profissional de saúde responsável.
- Aplique uma nova bolsa coletora adesiva sobre o estoma, garantindo que esteja bem posicionada e fixada.
- Após concluir a limpeza da colostomia, descarte adequadamente os materiais utilizados e lave novamente as mãos.
O que fazer quando sai a secreção da colostomia?
A saída de secreção da colostomia, também conhecida como efluente, é uma ocorrência normal.
No entanto, em alguns casos, pode haver alterações na consistência, odor ou quantidade do efluente, indicando algum problema ou complicação.
É importante observar essas alterações e relatar ao médico ou enfermeiro responsável pela assistência.
Em alguns casos, será necessário ajustar a dieta, utilizar medicamentos específicos ou realizar outros procedimentos para controlar a secreção.
Por isso, o acompanhamento regular com a equipe de saúde é fundamental para garantir um manejo adequado e minimizar possíveis complicações.
Quais são os especialistas de saúde responsáveis pela colostomia?
O acompanhamento e cuidado adequado da colostomia são realizados por uma equipe multidisciplinar, sendo a enfermagem uma das principais responsáveis pela assistência direta ao paciente.
No entanto, a colostomia requer uma abordagem interdisciplinar, envolvendo médicos especialistas em cirurgia do cólon e reto, estomaterapeutas, nutricionistas, fisioterapeutas e psicólogos.
Cada profissional desempenha um papel específico no tratamento e cuidado do paciente com colostomia, garantindo uma abordagem integral e abrangente.
A importância do enfermeiro estomaterapeuta quanto à colostomia
O enfermeiro estomaterapeuta desempenha um papel fundamental no cuidado e suporte aos pacientes com colostomia.
Esse profissional especializado possui conhecimentos avançados em estomaterapia, que envolve o cuidado de pacientes com ostomias, incluindo a colostomia.
Sua função vai desde o planejamento e orientação pré-operatória até o acompanhamento pós-operatório e a reabilitação do paciente.
Durante a fase pré-operatória, esse profissional assessora o paciente e sua família, fornecendo informações sobre o procedimento, preparação pré-operatória e expectativas pós-operatórias.
Ele também pode ajudar o paciente a lidar com medos e ansiedades relacionados à colostomia, fornecendo suporte emocional e esclarecendo dúvidas.
No período pós-operatório, é ele o responsável por avaliar o estoma, selecionar e ensinar o paciente sobre os dispositivos de coleta adequados, realizar a aplicação correta da bolsa de colostomia e ensinar técnicas de cuidado com a pele ao redor do estoma.
O enfermeiro estomaterapeuta também acompanha o paciente para garantir a adaptação adequada à colostomia e identificar e tratar precocemente complicações, como irritação da pele, infecções ou vazamentos.
Além disso, desempenha um papel importante na reabilitação do paciente com colostomia, auxiliando-o a retomar suas atividades diárias e promovendo a independência e a qualidade de vida.
Ele fornece também orientações sobre dieta adequada, atividade física, cuidados com a pele e técnicas de manejo da colostomia para que o paciente possa retomar suas atividades cotidianas com confiança.
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