Ferida com necrose: o que usar?

Saber o que usar nas feridas com necrose é fundamental para que a cicatrização evolua de forma rápida e segura.

Para isso, o profissional especializado que está cuidando dessa ferida deve se atentar, especialmente, a três aspectos: o tratamento da causa por trás da lesão, o desbridamento e a cobertura que deve ser utilizada pelo paciente no local.

Vamos conhecer mais adiante os tipos de desbridamento e as coberturas mais utilizadas em cada tipo de ferida.

O manejo da ferida com necrose

O primeiro a se fazer nestes casos é a remoção do tecido necrótico, num procedimento conhecido como desbridamento de ferida.

Os desbridamentos mais utilizados são os seguintes:

Desbridamento cortante conservador

O desbridamento cortante pode ser realizado por profissionais da enfermagem a beira leito, sem a necessidade de um ambiente cirúrgico.

Este procedimento envolve o uso de tesouras e fórceps estéreis, dentre outros instrumentos, para cortar e remover o tecido necrótico. 

Desbridamento autolítico

No desbridamento autolítico buscamos amolecer esse tecido necrótico para facilitar a sua remoção.

Para isso, são utilizados curativos que adicionam umidade à ferida, utilizando os próprios macrófagos (células do sistema imunológico) do paciente.

É preciso se atentar, porém, que o umedecimento da necrose pode aumentar os riscos de infecção. Por isso, é recomendável a utilização de géis associados com Polihexanida (PHMB). 

Desbridamento enzimático

O desbridamento enzimático utiliza enzimas proteolíticas ou proteinases naturais para remover o tecido desvitalizado digerindo e dissolvendo o tecido não viável.

Esse processo ajuda ainda a ferida a passar do estágio inflamatório da cicatrização para o proliferativo.

Desbridamento cirúrgico 

O desbridamento cirúrgico deve ser realizado por um médico cirurgião ou vascular em uma sala de cirurgia, sob anestesia geral ou local.

É um método mais invasivo e de maior complexidade que só é recomendado em feridas altamente comprometidas pela infecção.

Desbridamento biológico (terapia larval)

Este é um procedimento menos comum, mas também bastante eficaz, que envolve a utilização de larvas criadas em ambientes estéreis.

Essas larvas secretam uma enzima que decompõe o tecido necrótico, que é ingerido pelas larvas. Elas não consumiram o tecido saudável, mas apenas o necrótico.

Muitos pacientes, obviamente, rejeitam essa ideia pela simples possibilidade de ver larvas agindo no seu corpo. E trata-se também de uma alternativa mais cara em comparação com as demais.

Os tipos de cobertura para usar em feridas com necrose

A etapa seguinte ao desbridamento da ferida é escolher uma cobertura que seja capaz de criar um ambiente favorável à cicatrização.

A decisão sobre essa cobertura é muito individualizada, conforme o perfil da ferida e as condições de saúde de cada paciente.

De um modo geral, as coberturas com hidrogel e hidrocoloide (associado ou não com PHMB) são mais indicadas para feridas secas ou com baixo nível de exsudato.

As coberturas com hidrofibra (associadas com prata e outros ativos), por sua vez, costumam ser indicadas para feridas com exsudação moderada ou alta, agindo para absorver esse excesso de fluido na lesão.

Outro ativo que auxilia no curativo de feridas necrosadas é a papaína, que deve ser aplicada topicamente na lesão. É indicada para lesões secas ou com baixo exsudato.

Essa escolha deve de o que usar em ferida com necrose deve ser feita por um profissional experiente em tratamento de feridas.

Afinal, não existe uma receita única para cuidar de feridas e a experiência teórica e prática do profissional da saúde acaba se tornando um diferencial fundamental para a escolha do tratamento correto.

Um cuidado adicional importante é usar cremes barreira ao redor da ferida com necrose, para evitar uma nova infecção e manter o ambiente livre de maceração.

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Qual médico devo procurar para tratar uma ferida com necrose?

O profissional mais indicado para iniciar o tratamento de uma ferida com necrose é o enfermeiro estomaterapeuta.

É ele que vai avaliar a extensão da ferida, nível de exsudação, gravidade da infecção e outros aspectos da lesão.

Havendo a necessidade do desbridamento mecânico ou autolítico, o enfermeiro estomaterapeuta pode realizar o procedimento imediatamente.

Esse profissional também saberá indicar se a ferida exigirá o desbridamento cirúrgico, que deve ser realizado por um médico em sala de cirurgia.

Em redes de clínicas como a Doutor Feridas, existem profissionais de diversas especialidades focados e atualizados constantemente em relação aos tratamentos mais avançados na cicatrização de feridas.

São profissionais multidisciplinares que atuam em conjunto, como médicos, enfermeiros estomaterapeutas, fisioterapeutas, auxiliares de enfermagem e outros.

Assim, é possível atuar de forma assertiva e ágil para criar as condições para acelerar o processo de cicatrização em pacientes de todos os perfis.