Escala de Braden: o que é e como funciona na prática

A Escala de Braden é um instrumento amplamente utilizado por profissionais de saúde para avaliar o risco de desenvolvimento de úlceras de pressão em pacientes acamados ou com mobilidade reduzida. 

A avaliação do risco é fundamental para a prevenção e o tratamento de úlceras de pressão, que são lesões graves na pele e nos tecidos subjacentes, causadas pela pressão prolongada em áreas específicas do corpo.

A seguir, vamos entender em detalhes o que é a Escala de Braden, sua finalidade e como aplicá-la na prática clínica.

O que é a Escala de Braden?

A Escala de Braden, como vimos, é um instrumento de avaliação criado para analisar o risco de desenvolvimento de úlceras de pressão em pacientes acamados ou com mobilidade reduzida. 

Essa escala é composta por seis subescalas, cada uma com um conjunto de perguntas relacionadas a diferentes fatores de risco para úlceras de pressão. 

Os fatores de risco avaliados pela escala incluem a capacidade do paciente de se mover, o estado nutricional, a umidade da pele, a pressão exercida sobre a pele, a presença de dor e a idade do paciente.

Quem criou a Escala de Braden?

A Escala de Braden foi criada por Barbara Braden e Nancy Bergstrom em 1987, como parte de um projeto de pesquisa financiado pelo governo dos Estados Unidos. 

Barbara Braden era enfermeira em um hospital de Utah e notou que muitos pacientes apresentavam úlceras por pressão, o que levava a complicações e aumentava o tempo de internação. 

Preocupada com essa situação, ela começou a buscar formas de prevenir essas feridas.

Já Nancy Bergstrom era professora de enfermagem na Universidade de Utah e trabalhava em um projeto de pesquisa sobre úlceras por pressão. 

Quando Barbara relatou suas preocupações, Nancy percebeu que havia uma necessidade de uma ferramenta padronizada para avaliar o risco de úlceras por pressão em pacientes acamados.

Juntas, então, desenvolveram a Escala de Braden, que se tornou um instrumento padrão em todo o mundo para avaliar o risco de úlceras por pressão. 

A partir daí, a escala foi traduzida para vários idiomas e é usada por enfermeiros, médicos e outros profissionais de saúde em hospitais, clínicas e residências para idosos em todo o mundo.

Como funciona a pontuação na Escala de Braden?

A Escala de Braden é composta por seis subescalas, cada uma com um conjunto de perguntas relacionadas a diferentes fatores de risco para úlceras de pressão. 

Cada subescala é pontuada de 1 a 4, exceto a subescala de idade, que é pontuada de 1 a 3. 

A pontuação total varia de 6 a 23 pontos, sendo que quanto menor a pontuação, maior o risco de desenvolvimento de úlceras de pressão.

As seis subescalas da Escala de Braden e seus respectivos pontos são:

  • Percepção sensorial: avalia a capacidade do paciente de sentir dor e desconforto na região onde há pressão, atribuindo uma pontuação de 1 a 4.
  • Umidade: avalia o grau de umidade da pele do paciente, que pode aumentar o risco de úlceras, atribuindo uma pontuação de 1 a 4.
  • Atividade: avalia o nível de atividade física do paciente, que pode reduzir a pressão sobre a pele, atribuindo uma pontuação de 1 a 4.
  • Mobilidade: avalia a capacidade do paciente de mudar de posição, o que também pode reduzir a pressão sobre a pele, atribuindo uma pontuação de 1 a 4.
  • Nutrição: avalia o estado nutricional do paciente, uma vez que a desnutrição pode aumentar o risco de úlceras por pressão, atribuindo uma pontuação de 1 a 4.
  • Fricção e cisalhamento: avalia a exposição do paciente a forças de fricção e cisalhamento, que podem danificar a pele, atribuindo uma pontuação de 1 a 3.

Após a avaliação em cada uma dessas subescalas, os pontos são somados para obter a pontuação total do paciente na escala de Braden, que varia de 6 a 23. Quanto menor a pontuação, maior é o risco de desenvolver úlceras por pressão.

Assim, uma pontuação abaixo de 16 indica que o paciente está em risco elevado para desenvolver úlceras por pressão e, portanto, medidas preventivas devem ser tomadas. 

Já uma pontuação entre 16 e 18 indica risco moderado e uma pontuação acima de 18 indica baixo risco.

É importante lembrar que a escala de Braden é apenas uma ferramenta de avaliação e não deve ser usada isoladamente para tomar decisões clínicas.

A avaliação do paciente deve ser feita de forma completa e individualizada, considerando outros fatores de risco que podem contribuir para o desenvolvimento de úlceras por pressão.

Como aplicar a Escala de Braden na prática

A seguir estão as instruções passo a passo sobre como aplicar a Escala de Braden:

  1. Verifique se o paciente é capaz de sentir dor e desconforto em uma área específica e se é capaz de responder adequadamente a estímulos, como toque, calor ou frio, ou se apresenta algum tipo de perda sensorial. A pontuação varia de 1 (não responsivo) a 4 (responde adequadamente).
  2. Avalie o nível de umidade da pele do paciente. A pele pode estar seca, úmida ou molhada. A pontuação varia de 1 (pele muito úmida ou molhada) a 4 (pele seca).
  3. Avalie o nível de atividade do paciente. A atividade pode variar de acamado a ambulante. A pontuação varia de 1 (cadeirante ou acamado) a 4 (atividade regular).
  4. Avalie a capacidade de mobilidade do paciente. A mobilidade pode variar de completamente restrita a totalmente independente. A pontuação varia de 1 (completamente restrito) a 4 (totalmente independente).
  5. Avalie o estado nutricional do paciente. A nutrição pode variar de muito pobre a excelente. A pontuação varia de 1 (muito pobre) a 4 (excelente).
  6. Avalie a capacidade do paciente de se mover na cama e a probabilidade de a pele entrar em contato com superfícies ásperas ou ser puxada por movimentos de fricção ou cisalhamento. A pontuação varia de 1 (problemas graves com fricção e cisalhamento) a 3 (sem problemas).

A avaliação deve ser realizada pelo menos uma vez por dia e sempre que houver mudança na condição clínica do paciente.

Ao aplicar a Escala de Braden, é possível identificar pacientes com risco aumentado de desenvolver úlceras por pressão e tomar medidas preventivas precocemente, como mudanças na posição do paciente, uso de colchões ou almofadas especiais e outros cuidados com a pele. 

Além disso, a escala pode ser usada para monitorar a eficácia das medidas preventivas adotadas.

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