A laserterapia em feridas tem sido cada vez mais utilizada com o objetivo de acelerar a cicatrização em feridas crônicas e pós-cirúrgicas, dentre outras.
Isso porque, de forma não invasiva e indolor, esse tratamento é capaz de estimular diversos aspectos do organismo que atuam em conjunto nas fases da cicatrização.
Vamos abordar a seguir como funciona a laserterapia em feridas, bem como quais são os seus principais benefícios, contraindicações e valor médio das sessões.
O que é laserterapia em feridas?
A laserterapia é uma modalidade de tratamento que utiliza feixes de luz laser para promover a cicatrização de feridas.
A luz laser consegue penetrar nos tecidos e interagir com as células de maneira que estimula diversos processos bioquímicos e celulares.
Dentre esses processos estão a produção de ATP e a síntese de colágeno, um componente crucial para a estrutura da pele.
Assim, é possível acelerar a cicatrização da ferida, reduzir a inflamação e melhorar a qualidade do tecido cicatricial.
Como funciona o tratamento de laserterapia em feridas
O tratamento de laserterapia em feridas respeita as seguintes etapas:
Escolha da calibração e dosagem
A calibração da dose e da duração da exposição ao laser é essencial para o sucesso do tratamento.
Geralmente, a dose é medida em joules por centímetro quadrado e deve ser ajustada para cada paciente com base em uma série de fatores, como tipo e gravidade da ferida, idade do paciente e outras condições médicas.
É preciso ter atenção, pois uma dose inadequada pode resultar em efeitos abaixo do ideal e até mesmo adversos, tornando o monitoramento contínuo essencial para ajustar a duração conforme necessário.
Planejamento das sessões
A frequência das sessões de tratamento é outro aspecto vital para o sucesso da terapia.
As feridas mais graves, como úlceras crônicas ou complicações pós-operatórias, podem exigir um regime de tratamento mais intensivo e com sessões mais frequentes.
Já as feridas menos severas costumam responder bem a um tratamento menos intensivo, com sessões mais espaçadas.
Ajuste da dose e da frequência das sessões
É comum que o protocolo de tratamento seja reavaliado em intervalos regulares para fazer ajustes na frequência das sessões.
Por exemplo, se um paciente com uma úlcera crônica na perna não está mostrando sinais de melhora após várias sessões, isso pode indicar a necessidade de aumentar a dose ou a duração da exposição ao laser.
Da mesma forma, se uma ferida começa a cicatrizar mais rapidamente do que o esperado, a dose pode ser ajustada para baixo para minimizar qualquer risco de efeitos colaterais, como hiperpigmentação ou cicatrizes.
A frequência das sessões de tratamento também deve ser ajustada com base na resposta do paciente.
Em alguns casos, especialmente para feridas mais graves, é comum ser necessário aumentar a frequência das sessões no início do tratamento para acelerar o processo de cicatrização.
Em quais casos a laserterapia em feridas é recomendada?
A laserterapia é benéfica para quase todo tipo de ferida, sendo mais indicada para:
Feridas crônicas
As lesões crônicas, como úlceras venosas e úlceras neuropáticas, são notórias por sua resistência aos métodos tradicionais de tratamento.
Essas feridas podem persistir por semanas, meses ou até anos, comprometendo a qualidade de vida do paciente como um todo.
Neste ponto, a laserterapia surge como uma opção de tratamento promissora, devido à sua capacidade de estimular a produção de ATP e colágeno e melhorar a qualidade do tecido reparado.
Lesões por pressão (escaras)
As lesões por pressão (escaras), também conhecidas como escaras, são difíceis de tratar devido à constante pressão exercida sobre elas.
Nestes casos, a laserterapia é uma solução eficaz, pois sua capacidade de penetrar profundamente nos tecidos permite que o tratamento alcance as camadas mais profundas da pele.
Feridas cirúrgicas
Após uma cirurgia, o risco de infecção e a necessidade de uma cicatrização rápida são preocupações primárias.
A laserterapia não apenas acelera o processo de cicatrização em feridas cirúrgicas, mas também tem propriedades anti-inflamatórias e antibacterianas, o que pode reduzir o risco de infecção pós-operatória.
Quais os principais benefícios da laserterapia em feridas, com comparação com métodos convencionais?
Como vimos, são vários os benefícios da laserterapia para a cicatrização de feridas, como:
- Aceleração da cicatrização
- Redução da dor
- Menor inflamação
- Melhoria na qualidade do tecido, ao estimular a produção de colágeno
- Propriedades antibacterianas, reduzindo o risco de infecções secundárias
- Menor dependência de curativos
- Estímulo à circulação sanguínea, o que é benéfico para a cicatrização.
- Redução de cicatrizes
- Menor risco de complicações como alergias e irritações
Quantas sessões de laserterapia são necessárias no tratamento de feridas?
O número de sessões varia de acordo com vários fatores, como tipo e gravidade da ferida, bem como a resposta individual do paciente ao tratamento.
Em geral, as feridas mais graves exigem um número maior de sessões para alcançar resultados satisfatórios.
As úlceras de pressão em estágios avançados, por exemplos, podem necessitar de múltiplas sessões semanais durante várias semanas para mostrar melhorias significativas.
Já as feridas pós-operatórias ou abrasões menores costumam exigir menos sessões, talvez até uma única aplicação em alguns casos.
Contraindicações para laserterapia em feridas
Embora a laserterapia tenha se mostrado eficaz em uma variedade de tipos de feridas, ela não é uma opção viável para feridas cancerígenas.
O motivo é que a laserterapia estimula a atividade celular, incluindo a divisão celular.
Em um cenário onde células cancerígenas estão presentes, essa estimulação pode acelerar o crescimento do tumor, tornando a condição mais perigosa.
Outra contraindicação importante é para pacientes com fotossensibilidade, uma condição que torna a pele excessivamente sensível à luz.
A exposição ao laser pode desencadear reações adversas em pessoas com essa condição, como queimaduras ou irritações cutâneas.
Como a laserterapia age bioquimicamente no organismo
A mitocôndria, frequentemente descrita como a “usina de energia” da célula, desempenha um papel central na eficácia da laserterapia no tratamento de feridas.
Quando a luz laser atinge a pele, um dos seus alvos primários é justamente a mitocôndria.
A exposição à luz laser estimula a mitocôndria a produzir mais ATP, ou Trifosfato de Adenosina, que é a molécula de energia que alimenta quase todos os processos celulares.
Esse aumento na produção de ATP, por sua vez, acelera vários processos celulares que são fundamentais para a cicatrização de feridas, como a divisão celular e a síntese de proteínas.
Outro mecanismo bioquímico importante é a estimulação dos fibroblastos, as células que são responsáveis pela produção de colágeno.
A laserterapia estimula os fibroblastos a produzir mais colágeno, resultando em uma matriz extracelular mais organizada.
Tudo isso é vital para a cicatrização eficaz de feridas, pois uma matriz extracelular bem organizada proporciona um ambiente ideal para o crescimento de novas células e tecidos.
A importância da escolha do equipamento certo e da capacitação para o sucesso da laserterapia em feridas
Quando se trata de laserterapia para o tratamento de feridas, a escolha do equipamento é uma consideração crucial que não deve ser negligenciada.
O mercado oferece uma variedade de dispositivos de laser, cada um com suas próprias especificações, como potência e comprimento de onda.
Essas especificações não são apenas números em um manual, e têm implicações diretas na eficácia do tratamento.
Por exemplo, os lasers com comprimentos de onda mais longos têm a capacidade de penetrar mais profundamente nos tecidos, tornando-os mais adequados para tratar feridas profundas.
Por outro lado, lasers com comprimentos de onda mais curtos podem ser mais eficazes para feridas superficiais.
Além disso, a potência do laser também é um fator determinante. Uma potência inadequada pode resultar em efeitos subótimos ou até mesmo adversos.
Igualmente importante é o treinamento para aplicar o laser nas feridas.
Profissionais que aplicam laserterapia devem passar por cursos de formação específicos que os capacitem a entender as nuances do tratamento.
Isso inclui saber como calibrar o equipamento corretamente, como avaliar a ferida e determinar o protocolo de tratamento mais adequado, e como monitorar o progresso do tratamento para fazer ajustes conforme necessário.
Qual o preço da sessão de laserterapia no tratamento de feridas?
O custo do tratamento pode variar amplamente dependendo da localização e do profissional médico.
No entanto, o preço médio por sessão costuma variar entre R$200 a R$500.
Como encontrar um profissional especializado em laserterapia em feridas?
Como vimos, diversos profissionais podem aplicar o laser em feridas, como médicos, enfermeiros e fisioterapuetas capacitados para isso.
Em clínicas especializadas como a Doutor Feridas, esse é um tratamento utilizado diariamente nos pacientes, por profissionais devidamente capacitados.
Dúvidas frequentes sobre o tratamento de laserterapia em feridas
A laserterapia deve ser realizada por profissionais de saúde qualificados e treinados na técnica, como médicos, enfermeiros especializados e fisioterapeutas com formação específica em laserterapia.
Não, a laserterapia é geralmente indolor. Alguns pacientes relatam uma sensação de calor durante o tratamento, mas isso é geralmente bem tolerado.
O tempo de cada sessão pode variar dependendo da gravidade da ferida e do tipo de laser utilizado. Em média, uma sessão pode durar entre 15 a 30 minutos.
Os efeitos colaterais são raros e geralmente mínimos, como leve vermelhidão ou inchaço no local do tratamento.
Embora a laserterapia tenha mostrado ser eficaz, ela é frequentemente usada em conjunto com outros tratamentos, como curativos e medicamentos, para maximizar a eficácia.
Isso pode variar dependendo do plano de saúde e da política da seguradora. É recomendável consultar seu provedor de seguro para informações específicas.
Sim, é importante seguir todas as orientações pós-tratamento fornecidas pelo seu profissional de saúde. Isso pode incluir cuidados com a ferida, como limpeza e curativos, bem como possíveis restrições de atividades.
A melhor maneira é através de uma consulta com um profissional de saúde qualificado.
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