A maioria dos pacientes que desenvolve úlcera neuropática (ou de pé diabético) teve história de neuropatia periférica ou sintomas de doença vascular no passado.
Na neuropatia periférica, há uma perda da sensibilidade no local da lesão, fazendo com que o paciente não perceba a formação da ferida.
Essas úlceras geralmente têm uma forma “perfurada” e variam em tamanho e profundidade.
Normalmente, surgem em pontos de pressão no pé, causando ruptura do tecido e a consequente ferida no pé que não cicatriza.
Além disso, a doença vascular associada poderá contribuir para a formação da úlcera e trará ainda mais desafios para a cicatrização.
Principais sintomas das úlceras neuropáticas
As bordas da ferida costumam ter uma aparência perfurada, com calos ao redor da pele.
A sua base, por sua vez, tem o tom que pode ser avermelhado, amarronzado ou preto, a depender da circulação do paciente.
Outra característica desse tipo de ferida é que geralmente não provoca dor, a não ser que haja algum tipo de infecção.
Em caso de ferida infeccionada, o tratamento costuma ser ainda mais complexo, devido à pressão exercida no local dessas feridas.
A ulceração costuma aparecer e em pontos de pressão na planta do pé ou debaixo do dedão do pé.
Quando a lesão surge na lateral do pé, trata-se de um sinal de calçados desconfortáveis. Já quando ocorre na parte de cima, normalmente é devido a algum trauma na região.
Outras manifestações clínicas da neuropatia podem incluir queimação/formigamento nas pernas.
Principais causas da úlcera neuropática
As úlceras neuropáticas são causadas pelo excesso de pressão repetida nos pés com sensibilidade de dor reduzida, devido a uma condição de neuropatia periférica.
Outra possibilidade é que essa úlcera tenha sido causada por trauma, ou seja, por alguma batida ou corte no pé. Nestes casos, suspeita-se que o paciente já tenha um comprometimento vascular, além da neuropatia.
A neuropatia periférica, geralmente, é causa por:
- Diabetes;
- Insuficiência renal crônica;
- Problemas neurológicos.
Tratamento para úlcera neuropática
O tratamento de úlcera neuropática envolve várias ações conjuntas.
A primeira delas é reduzir a pressão sobre o local da ferida, o que pode ser feito com a utilização de calçados especiais e o repouso conforme orientação médica.
Outra medida fundamental é o controle da doença associada à lesão. Se for identificada uma diabetes, por exemplo, a ferida só se cicatrizará se a doença for controlada.
Em casos de infecção, será necessária a indicação de um antibiótico via oral e o desbridamento da ferida, ou seja, a remoção do tecido necrótico para permitir a cicatrização.
O enfermeiro estomaterapeuta ou médico especializado em feridas recomendará ainda o uso de curativos especiais para feridas abertas, para acelerar o processo de cura.
Em cenários mais complexos em que a úlcera não melhora mesmo tomando todas essas medidas, é possível que o médico recomende a cirurgia para corrigir eventuais deformidades no pé e reduzir essa pressão excessiva.
Quanto tempo leva para a úlcera neuropática cicatrizar?
O tempo de cicatrização da úlcera neuropática vai depender da complexidade da ferida, dos sinais de infecção, das condições de saúde do paciente, dos seus hábitos e da sua adesão ao tratamento recomendado pelo profissional da saúde.
Normalmente, a cicatrização completa pode ocorrer entre 20 semanas até mais de um ano.
Quanto mais cedo você controlar os sinais de infecção e gerenciar a doença associada, mais rápida será a cicatrização da ferida e a volta à sua qualidade de vida.
Prevenção de úlceras neuropáticas
Caso você tenha um histórico familiar de doenças neurológicas e/ou vasculares e diabetes ou já tenha desenvolvido alguma úlcera anteriormente, é necessário ter atenção redobrada para prevenir o surgimento dessas feridas.
Procure utilizar calçados confortáveis e que não exerçam pressão excessiva sobre determinadas regiões do pé.
Examine também os seus pés diariamente e fique de olho no surgimento de calos, mudanças na cor do pé e no aparecimento de eventuais feridas.
Jamais caminhe descalço e nem exponha os seus pés a temperaturas muito altas ou baixas, pois isso pode favorecer o surgimento de lesões.
Sempre seque bem os pés após o banho e evite deixá-los umedecidos.
E, claro, mantenha o controle sobre o diabetes ou outras doenças que possam favorecer o aparecimento da ferida e dificultar a cicatrização.
Qual médico devo procurar?
Caso você esteja com os sintomas acima, o ideal é se consultar com um médico vascular ou um enfermeiro estomaterapeuta, que é o profissional especializado em cicatrização de feridas.
Se na sua região houver um centro clínico especializado em feridas, o atendimento tende a ser ainda mais assertivo, pois envolve profissionais de diversas áreas.
Na rede de clínicas Doutor Feridas, por exemplo, nós contamos com médicos, enfermeiros estomaterapeutas, fisioterapeutas, podólogos e outros profissionais que atuam exclusivamente com tratamento de feridas.
Nós atuamos também com telemedicina, por meio do Doutor Conecta, para fazer o atendimento inicial e, se necessário, indicar um profissional especializado perto de você.