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Úlcera infectada: o que é como tratar

Imagem mostra pé enfaixado com curativo para úlcera infectada

As úlceras infectadas são um problema comum e desafiador, que afeta  milhões de pessoas no mundo todo. 

Essas feridas complexas podem causar dor intensa, desconforto e impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes. 

Além disso, se não tratadas adequadamente, as úlceras infeccionadas podem levar a complicações graves, como sepse, osteomielite e até mesmo a amputação. 

Neste artigo, vamos abordar de forma detalhada as melhores estratégias para o diagnóstico, tratamento e acompanhamento dessas lesões.

O que é uma úlcera infeccionada?

Uma úlcera é uma ferida aberta na pele que aparece quando há um dano na integridade do tecido. 

Isso pode acontecer por diversos motivos, como pressão prolongada sobre a pele, problemas de circulação nas veias ou artérias, ou por causa de doenças que afetam os nervos, como o diabetes.

Quando uma úlcera fica infeccionada, significa que bactérias ou outros micróbios invadiram a ferida e estão se multiplicando lá dentro. 

Enquanto a infecção não é controlada, fica impossível cicatrizar a ferida completamente. 

Por isso, para conseguir fechar uma úlcera infeccionada, é preciso combater a infecção e, ao mesmo tempo, criar condições para que a pele se regenere. 

Isso envolve uma série de cuidados e tratamentos que precisam ser feitos em conjunto, como vamos ver a seguir.

Causas mais comuns de úlceras

Diversos fatores podem contribuir para o desenvolvimento de úlceras, entre eles:

  • Doenças vasculares (insuficiência venosa, doença arterial periférica);
  • Diabetes mellitus;
  • Pressão prolongada sobre a pele;
  • Traumas ou queimaduras;
  • Infecções de pele;
  • Doenças autoimunes (vasculites, pioderma gangrenoso);
  • Neoplasias cutâneas.

Sinais e sintomas de infecção na úlcera

Existem alguns sinais e sintomas característicos de ferida infeccionada, como:

  • Dor: a úlcera pode se tornar mais dolorosa que o habitual;
  • Eritema: pele ao redor da ferida fica avermelhada e quente;
  • Edema: inchaço ao redor da lesão;
  • Exsudato purulento: secreção amarelada ou esverdeada, com odor desagradável;
  • Cicatrização lenta: a ferida não progride ou piora apesar dos cuidados;
  • Tecido de granulação friável: tecido avermelhado no leito da ferida que sangra facilmente
  • Exposição de estruturas profundas: tendões, ossos ou outras estruturas ficam visíveis;
  • Sintomas sistêmicos: febre, calafrios, mal-estar geral (em casos de infecção grave)

A seguir, vamos entender como diagnosticar e tratar essas infecções de forma eficaz.

Como tratar úlcera infectada

O tratamento de uma úlcera infeccionada envolve uma série de etapas que devem ser cumpridas à risca para permitir a cicatrização.

1) Diagnóstico da infecção na úlcera

O diagnóstico preciso de uma infecção em úlcera é essencial para guiar o tratamento adequado e evitar complicações. 

O primeiro passo é uma anamnese detalhada, buscando informações sobre o início e evolução da ferida, tratamentos prévios, comorbidades e medicações em uso. 

Em seguida, realiza-se o exame físico da úlcera, observando:

  • Tamanho e profundidade da lesão;
  • Aspecto das bordas e pele perilesional;
  • Características do leito da ferida (necrose, esfacelo, granulação);
  • Tipo e volume de exsudato;
  • Sinais de infecção (dor, eritema, edema, purulência);
  • Comprometimento de estruturas adjacentes (tendões, ossos, articulações).

Esses achados clínicos devem ser registrados de forma objetiva, utilizando escalas validadas como o PUSH (Pressure Ulcer Scale for Healing) ou o TIME (Tecido, Infecção/Inflamação, Umidade, Bordas).

Além da avaliação clínica, exames complementares são fundamentais para confirmar a presença de infecção e guiar a terapia antimicrobiana. Os principais são:

  • Cultura de tecido: coleta de fragmento do leito da úlcera por biópsia ou curetagem após limpeza. É o padrão-ouro para identificar os microrganismos causadores.
  • Cultura de osso: indicada em casos de osteomielite subjacente, realizada por biópsia óssea guiada por imagem.
  • Hemocultura: coleta de sangue periférico para pesquisa de bacteremia secundária à infecção da ferida.
  • Antibiograma: teste de sensibilidade aos antimicrobianos, realizado a partir da cultura positiva. Fundamental para selecionar o antibiótico mais adequado.

Outros exames podem ser úteis conforme o caso, como radiografias, ultrassonografia com Doppler, tomografia ou ressonância magnética para avaliar comprometimento ósseo e de partes moles.

2) Limpeza da úlcera infeccionada

Existem duas principais técnicas para limpeza de úlceras:

1. Irrigação: consiste em aplicar um jato de solução sobre a ferida, com pressão suficiente para remover bactérias, mas sem causar trauma. Pode ser feita com seringa de 20 ml e agulha 40×12 ou com bolsa de irrigação e cateter.

2. Desbridamento: é a remoção de tecido necrótico, esfacelo e corpos estranhos da ferida. 

Soluções indicadas para limpeza

A solução ideal para limpeza de úlceras deve ser não-tóxica, não-irritante e não-alergênica. 

As mais indicadas são:

  • Soro fisiológico 0,9%: solução isotônica que não agride o tecido de granulação. É a mais utilizada e pode ser aquecida para maior conforto.
  • Água potável: pode ser usada para irrigação quando o soro não está disponível. Deve ser filtrada e fervida por 5 minutos.
  • PHMB (polihexanida): antisséptico com amplo espectro de ação e baixa citotoxicidade. Pode ser usado em feridas com sinais de infecção.

3) Uso de antibióticos para úlcera infectada

Para controlar a infecção, existem diversos tipos de antibióticos via oral para cicatrização de feridas.

Eles devem ser receitados por um médico especializado em feridas, que também pode indicar analgésicos e anti-inflamatórios para feridas.

Sempre que possível, deve-se coletar material da úlcera para cultura e antibiograma antes de iniciar os antibióticos. 

Esse exame permite identificar os microrganismos causadores da infecção e sua suscetibilidade aos diferentes agentes.

4) Tratamento tópico para úlcera infectada

O tratamento tópico de úlceras infeccionadas tem como objetivos controlar a infecção, absorver o exsudato, promover o desbridamento e estimular a granulação. 

A escolha da cobertura ideal deve considerar as características da ferida, a preferência do paciente e o custo/benefício.

Curativos com ação antimicrobiana

Curativos impregnados com substâncias antimicrobianas são indicados para úlceras com sinais de infecção local, pois reduzem a carga bacteriana e previnem a formação de biofilme. 

Os mais utilizados são:

  1. Prata: disponível em diversas apresentações (espuma, alginato, hidrocoloide), a prata tem amplo espectro de ação e baixo risco de resistência. 
  2. PHMB: este antisséptico pode ser encontrado em géis, espumas e gazes. Ele tem ação bactericida e fungicida, além de ser bem tolerado pelos tecidos. 

Outros agentes tópicos com propriedades antimicrobianas incluem a sulfadiazina de prata, o cadexômero de iodo e o carvão ativado com prata.

Coberturas absorventes e não-aderentes

Além da ação antimicrobiana, é importante escolher curativos que controlem o exsudato e não causem trauma na troca, como:

  1. Espumas de poliuretano: absorvem o excesso de umidade, mantendo o meio ideal para cicatrização. São macias e não aderem ao leito da ferida.
  2. Hidrofibras: compostas por carboximetilcelulose sódica, têm alta capacidade de absorção e formam um gel que não adere à úlcera.
  3. Alginatos de cálcio: derivados de algas marinhas, absorvem até 20 vezes seu peso em exsudato e formam um gel que mantém a umidade ideal.
  4. Telas de silicone: são não-aderentes e permitem a passagem do exsudato para um curativo secundário absorvente. Ideais para feridas dolorosas ou friáveis.

5) Tratamentos associados para úlcera infectada

Além das medidas tópicas e sistêmicas já abordadas, existem diversos tratamentos adjuvantes que podem auxiliar na cicatrização de úlceras infeccionadas. 

Esses recursos terapêuticos visam criar um ambiente favorável para a regeneração tecidual, controlar a infecção e estimular a formação de tecido de granulação saudável. 

Alguns dos principais tratamentos adjuvantes incluem:

Terapia por pressão negativa

A terapia por pressão negativa é uma técnica que usa uma espécie de “vácuo” na ferida, por meio de um curativo especial conectado a uma bomba. 

Esse vácuo ajuda a remover o excesso de líquido da ferida, diminui o inchaço e estimula a formação de um tecido saudável. 

Essa terapia é indicada principalmente para úlceras mais profundas, extensas e que produzem muito líquido. 

Ela ajuda a “puxar” as bordas da ferida para dentro e prepara a úlcera para receber enxertos de pele, se necessário.

Laserterapia

A laserterapia usa a luz de aparelhos de laser em baixa intensidade para estimular a cicatrização dos tecidos. 

A aplicação da luz vermelha ou infravermelha sobre a úlcera ajuda a aliviar a dor, diminuir a inflamação e acelerar a multiplicação das células responsáveis pela cicatrização. 

Esses benefícios aceleram a cura das úlceras infeccionadas, reduzindo o desconforto e melhorando a qualidade do tecido novo que está se formando.

Oxigenoterapia hiperbárica

A oxigenoterapia hiperbárica envolve a respiração de oxigênio puro dentro de uma câmara especial, com uma pressão maior que a pressão normal do ar. 

Esse aumento da quantidade de oxigênio nos tecidos favorece a formação de novos vasos sanguíneos, a multiplicação das células responsáveis pela cicatrização e a ação contra bactérias e outros microrganismos. 

6) Acompanhamento da cicatrização

Após iniciar o tratamento tópico e sistêmico da úlcera infeccionada, é fundamental realizar avaliações periódicas para verificar a efetividade das medidas e fazer ajustes conforme necessário.

Neste acompanhamento, o médico vai observar aspectos como:

  • Redução do tamanho e profundidade da ferida;
  • Diminuição do exsudato e mudança para aspecto mais seroso;
  • Aumento do tecido de granulação saudável (vermelho vivo, firme, brilhante);
  • Progressão das bordas com tecido epitelial (rosa pálido, fino, macio);
  • Redução da dor e desconforto local;
  • Melhora dos sinais inflamatórios perilesionais (eritema, edema, calor).

A velocidade de cicatrização varia conforme a etiologia da úlcera, comorbidades do paciente e adesão ao tratamento. 

Em geral, considera-se uma boa evolução uma redução de 20-40% da área em 2-4 semanas.

Qual médico procurar para tratar úlceras infectadas?

Se você ou alguém próximo a você sofre com uma úlcera de difícil cicatrização, não hesite em procurar ajuda especializada. 

Enfermeiros estomaterapeutas e médicos são os profissionais mais capacitados para avaliar e tratar essas lesões complexas, proporcionando alívio dos sintomas, prevenção de complicações e melhora na qualidade de vida.

Em clínicas como a Doutor Feridas, você encontra equipes multidisciplinares especializadas em cicatrização de feridas complexas. Entre em contato e agende uma consulta de avaliação gratuita.

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